A busca pelo par ideal


Em todas as relações, todos procuram seu par ideal, principalmente no relacionamento amoroso. Há segredos para ter sucesso nessa área tão importante da vida?

Por Marcelo Cypriano

É notório que todo mundo procura seu par ideal, seja a relação de casamento ou namoro. Há algum segredo para isso? Claudia Finamore, psicóloga e psicanalista com especialização em psicogeriatria, esclarece algumas dúvidas e vai além: “As pessoas buscam uma relação ideal em qualquer âmbito, desde o amoroso até o profissional. Algumas relações podemos escolher, como as amizades. Outras, como a família, nos são oferecidas pela vida. Desejamos pais ideais, irmãos ideais, chefes ideais, como também parceiros amorosos ideais. E desejar um parceiro ideal é desejar alguém que seja tal e qual nossas fantasias de um companheiro perfeito, que corresponda aos nossos desejos e nossas necessidades.”

Quais os limites entre realidade e sonho? Idealizar um parceiro é um risco, e Claudia, que participa dos atendimentos do Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP), em São Paulo, comprova com base em sua experiência profissional: “Esse parceiro perfeito, completo, ideal, não existe além das nossas fantasias. Encontramos na vida diversos tipos de pessoas, com as quais nos relacionamos de várias maneiras. Tais encontros podem ser mais conflituosos ou menos. Podem levar mais ao amadurecimento ou mais à regressão, dependendo de como a dinâmica da relação é estabelecida.”

Autoconhecimento e diálogo

Como sair da esfera de sonho impossível e pensar uma relação com os pés no chão, embora com o encantamento natural de um romance? A psicóloga diz que, para uma relação razoavelmente saudável, “é importante que a pessoa conheça seus valores de vida, seus desejos, suas dificuldades, e avalie se o parceiro possui valores semelhantes e objetivos de vida aproximados.” E exemplifica: “Pense em uma mulher que não deseja casar-se e nem ter filhos, acreditando que sua felicidade tem como fonte principal o seu trabalho, porém com um companheiro que acredita na grande família do início do século 20, com muitos filhos e uma esposa na função do lar. Possivelmente, esse casal sentirá dificuldades para estabelecer uma relação saudável, se esses valores forem muito arraigados e não passíveis de negociação.”

A psicanalista orienta: “É importante que cada um conheça seus limites: o que é suportável, o que é insuportável – e o que é negociável.” Desse modo, é possível estabelecer uma relação amorosa relativamente saudável. A falta de conhecimento de si mesmo e, por consequência, escolhas equivocadas de pessoas para se relacionar, levam a dinâmicas conflituosas, trazendo sofrimento às pessoas envolvidas. O diálogo aberto e franco pode colaborar em escolhas mais acertadas, a partir da possibilidade de falar seus desejos e valores e ouvir os desejos e valores do outro.”

Amor que dói

Mas há, infelizmente, muitos casos em que o amor causa dor. Há, inclusive, pessoas que já estão calejadas em relacionamentos desastrosos, um após outro. O que resta fazer? Segundo Claudia, é hora de uma intervenção mais direta: “Caso a pessoa perceba que costuma manter relações amorosas que trazem dores e dificuldades, é importante buscar ajuda psicoterapêutica para possibilitar novos encontros, com dinâmicas mais saudáveis e prazerosas.”

1 comentários :

  1. Relacionamentos não são a parte mais fácil da vida, mas não podem se tornar também um fardo de dor e frustração.
    Saber respeitar os limites do outro, e expôr seu ponto de vista é o que mais ajuda quando nos relacionamos, e não podemos esperar que o outro seja como nós, pois cada pessoa tem um temperamento e caráter, ainda que suas preferências sejam semelhantes.

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