Até que o estresse nos separe


Aprender a lidar com as emoções é indispensável para que a relação seja saudável para ambos

Por Anderson Cavalcante (*)

Próximo ao Dia dos Namorados, umas das maiores preocupações é encontrar o presente capaz de tocar o coração da pessoa amada. Mas, na correria do dia a dia, o que muitos se esquecem é de analisar como tem andado o próprio relacionamento ao longo dos outros dias do ano. Tão importante quanto dar um presente nesta data, em sinal da lembrança e do carinho que se tem pela pessoa, pequenos gestos também podem demonstrar esses sentimentos. Você tem lembrado mais de dizer "eu te amo" para o seu par sempre que tem vontade ou ultimamente está mais preocupado em apontar os defeitos dele? A briga tornou-se rotina ou vocês trocam pontos de vista com tranquilidade?

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de uniões por 100 mil brasileiros tem um sutil aumento a cada ano. Quando avaliado um período de 10 anos – entre 1998 e 2008 – o instituto comprovou que o número de casamentos cresceu 34,8%. Porém, neste mesmo período, os divórcios e as separações aumentaram relativamente ao mesmo nível, 33%. É preciso entender que somos "administradores" e os responsáveis em construir a nossa felicidade e que é sim possível continuar a sonhar com a constituição de um casamento repleto e duradouro, mas, para isso, precisamos aprender a superar algumas questões.

Um estudo recente publicado no periódico norte-americano Biological Psychiatry apontou que é possível prever o momento de autorregulação de um ser humano diante de uma emoção, ou seja, nós temos a capacidade de adotar padrões de como lidar com problemas diante de um conflito cotidiano. Portanto, não só podemos como devemos exercitar esta habilidade. Talvez, esse seja um dos caminhos para começarmos a prestar mais atenção em nosso namoro e ver que, para sustentá-lo, é preciso mais que amor e romance.

Outro ponto ao qual devemos nos atentar seria para os pequenos desentendimentos que avançam pela semana. Vocês brigaram por um motivo justo, ou ambos estavam com desgaste físico e mental, sem forças para apontar pontos de vistas de maneira favorável? Por que, no trabalho, buscamos digerir o que os outros nos dizem antes de entrar em um conflito e, em casa, com as pessoas que amamos, não temos essa paciência?

O poeta Mario Quintana dizia que "o amor é quando a gente mora um no outro". Lembre-se, então, que namorar é compartilhar. Quando digo compartilhar, não me refiro somente a bens, contas a pagar ou responsabilidades. As pessoas devem dividir seus momentos bons, aqueles vividos no trabalho ou em um passeio com os amigos. Ao invés de contar somente como foi a bronca do seu chefe, por que não falar do almoço descontraído com o pessoal do trabalho? Precisamos entender que, tanto quanto nós, o companheiro ou companheira também teve um dia agitado, às vezes ruim, e quer receber um apoio, ou um refúgio para esse estresse.

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